10 de setembro de 2015

Eu li #22 - O Auto da Compadecida

Oi gente!

Consegui sair com uma resenha antes de terminar a semana. Eba! Só para não perder o embalo, hoje vamos falar de literatura nacional. Uma leitura que fiz para a disciplina de Teoria Literária, onde estamos estudando o Teatro Dramatúrgico. E em se tratando desse tema, nada melhor que "O Auto da Compadecida". Confesso que não sabia que era em formato de peça. Adorei relembrar o filme!


Eu achei que, apesar de ter amado o filme (já assisti umas três vezes) seria difícil de ler o livro. Mas como a gente se engana! O livro foi escrito em formato de peça, fazendo com que a leitura seja muito rápida. Li em três dias, no meio da correria. Acho que leria em um dia com tempo livre. O livro é de Ariano Suassuna. Dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta brasileiro, natural da Paraíba e que nos deixou recentemente, em 2014, deixando inúmeras obras que já foram traduzidas para o inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês. Não é pouca coisa né? 

via brasilpost

E uma das suas mais famosas é "O Auto da Compadecida", que foi escrito em 1955 e destacou Ariano em todo o território nacional. Foi escrito com base em histórias populares do Nordeste, principalmente as chamadas literatura de cordel. Segundo o próprio Ariano, quase todas as passagens foram inspiradas nessas histórias, sendo que seu trabalho foi encaixar tudo em um só enredo e montar a peça. Acredito que o caráter popular e moral da obra é que tenha conquistado tanto público.

A história gira em torno de mentiras e trapaças de João Grilo, um nordestino esperto que usa seu fiel e atrapalhado amigo Chicó para compartilhar de seus golpes. Com ar inocente, ele consegue enganar o padre, a alta burguesia, um cangaceiro e acreditem, até mesmo o diabo. O contexto é divertido e recheado do típico humor nordestino, mas percebe-se que Ariano satiriza algumas classes socias, principalmente a burguesia e o clero.

Cena do filme dirigido por Guel Arraes, em 1999. Selton Mello e Matheus Nachtergaele interpretando Chicó e João Grilo.
Não tenho muito para falar, senão acabo contando o livro. Embora eu ache que o filme já foi assistido por muitos. Mas não se enganem como eu. O filme não é composto apenas desta obra, mas mescla partes de outras peças do autor. Por exemplo, o romance entre Chicó e Rosinha foi retirado da peça "O Santo e a Porca". Mas apesar da mesclagem do filme, não achei que alterou a essência da história. Quem ler o livro vai lembrar da maioria das cenas na telinha. Já gostava do filme, agora que li a peça original, percebi o quanto é inspirada na tradição e crendices populares. Ariano falou da miséria humana, de racismos e avarezas, sabendo dosar muito bem cada palavra. =)

Beijos!

1 comentários:

Sonia Cirino disse...

Muito boa, sua resenha!
Preciso ver o filme novamente. Bateu saudades!!

grata minha amiga escritora!

bjs